Chords for Bochincho - Jayme Caetano Braun
Tempo:
132.15 bpm
Chords used:
Eb
Abm
Ab
Db
E
Tuning:Standard Tuning (EADGBE)Capo:+0fret
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[Abm] [Eb] [G]
[Abm]
[Eb]
[Bb] [Ebm] [Abm]
[Gb] [E] [Eb]
[E] [B] [Eb] [Abm]
A um mojicho [Eb]
certa feita, eu fui [E] chegando de curioso, [Abm] que o vício [Eb] é que nem sarnoso
nunca [Gm] para nem se [Abm] ajeita.
Baile de gente direita, [Eb] eu vi de pronto que não era.
[Abm] Na noite de primavera [Db] gaguejava a voz dum tango [Eb] e eu [E] sou [A] louco por fandango [Gb] que nem
[Ebm] pinto por [B] guirera.
[Abm] Matei meu baio longito [F] num [Bb] galho de [Abm] Guaririm.
[G] [B] Desde [Bb] guri [Abm] eu fui assim, não brinco nem [Eb] [Dbm] facilito.
Em bruxas não acredito, [Eb] pero que la sai, la [Db] sai.
[Abm] Eu sou da costa do [Eb] Uruguai, [Ab] meu velho [Eb] pago [Dbm] querido [Eb] e por andar [Abm] desprevenido há tanto
guri sem pai.
[Eb] O rancho [Bb] de Santa Fé, de [Abm] Pauapique, barriado num [Eb] trancão de convidado, eu me entreverei
no [Abm] banzer, o chinaredo a bola a pé, no ambiente [E] [B] fumacento, um candeiro [Abm] bem no centro num
luzco fusco de [Eb] aurora, para quem chegava [Bbm] de fora, [G] pouco [Abm] enxergava ali dentro.
Dei de mão [G] numa [Bbm] tiangaça que me cruzou no [B] costado e [Abm] já saí entreverado entre a poeira
e a fumaça.
[G] [Bb] Oi, [Eb] galechina [Abm] lindaça, morena de toda clina, [Eb] dessas [E] da venta brasina com cheiro de lixiguana
[Db] que quando [Eb] ergue uma pestana [B] até a noite [Bb] se [Abm] ilumina.
Visto de diaba [Eb] e de santa e com ares de quem é dona [Ab] e um gosto de temporona que traz água
na [Eb] garganta, eu me grudei na percanta ao [Ab] mesmo que um [Abm] carrapato.
[E] E o [Eb] gaitero era um mulato que até [Abm] dormindo tocava [Db] e a gaita [Eb] choramingava como namoro de gato.
[Ab] A gaita velha de mim, [Ab] às vezes, [G] [Abm] quase parava, [Eb] de [Ab] repente se acordava e [Db] num vaneirão se perdia.
[Eb] E eu, contra a pele [Ab] macia daquele corpo moreno, [Db] sentia [Eb] o mundo pequeno, bombeando, cheio [Ab] de
enlevo, dois olhos flores [Eb] de trevo com respingos [Db] de [Ab] cereja.
Mas o que é bom [Eb] se termina, cumpriu-se [Ab] um velho ditado, eu, [Eb]
[Abm] que estava [B] embalado nos
[Gm] braços [Bbm] doces da china, [Abm] escutei de [G]
[Abm] relancina uma [Bb] espécie de [E] relincho.
[Eb] Era o [Ab] dono do [Abm] buchincho, meio [E] oitavado num [Gb] canto, que me [Eb] olhava com espanto mais sério
do [Ab] que um capicho.
Foi ele que se veio,
[E] pois se era dele a pinguancha, bufando e [Abm] abrindo cancha como o dono do rodeio,
quis me [E] partir pelo meio com um talonaço de [Abm] adaga, que se me pega me [Ab] estraga, chegou
a levantar um cisco, mas [E] não é à toa, [Ab] chomisco, que eu sou de São [Bb] Luís Gonzaga.
Meio [Eb] na curva do braço, [Abm] eu consegui tirar o talho, [Eb] mas quase que me atrapalho porque
[Abm] havia pouco espaço, [Eb] mas senti o calor do aço, e o calor [Abm] do aço [Dbm] arde.
[Abm] Me [Eb] levantei, sem alarde, [Em] [Eb] por causa do [Abm] desaforo, e [Ebm]
soltei meu marcador num medonho buenas [Abm] tardes.
[Ebm] Eu tenho visto coisa [Dbm] feia, tenho visto [Bb]
judiaria, mas [Eb] hoje ainda me arrepia [Dbm] lembrando aquela peleia.
[B] Talvez, [G] quem ouça não creia, mas [Abm] vi nascer no pescoço do índio do [Eb] berro grosso como
uma cinta [Ab] vermelha, [Abm] e desde o beiço até a [Eb] orelha ficou relampeando o [Abm] osso.
O índio [Eb] era um índio-touro, mas até touro-se a joelha, [Abm] cortado do beiço, a [Eb] orelha amontoou-se
como um couro, e, [Abm] amigos, foi um [E] estouro daqueles [Eb] que dava [Dbm] medo, [Abm]
[Gm] espantou [Abm]-se o chinaredo,
[E] e aquilo foi uma zoada, [Eb] parecia até um egoada [Abm] disparando num varzedo.
[E]
Não há [Ebm] quem pinte o retrato [Eb] de um buchincho quando [Abm] estoura.
Tinidos de adaga, [Eb] espora [Bm] e [Ebm] gritos de [Abm] desacato, berros de quarenta e quatro de cada [G] canto
[Eb] da sala e a velha gaita [Abm] baguala num vaneirão [A] pacholento, [Eb]
fazendo [Ab] acompanhamento do turumbamba [Db] de barro.
[Eb] É a China que se escavela, [Ab] redemonhando na porta, [Db] e Xiru, da guampa torta [Ab] que vem direito
à janela, [Db] num grito [Ab] de toda a [Eb] goela num berreiro [Db]
alucinante.
O índio [Cm] que não [Db] se garante [Ab] vendo o [Eb] sangue se apavora e se manda [Ab] campo fora, [Bb] levando
tudo por diante.
[Eb] [Db] [Ab] Eu [Bbm] sou [Ab] crente na divindade, [E] morro quando [Eb] Deus quiser, mas, amigos, se eu disser até periga
[Abm] verdade, naquela barbaridade de chinaredo [Eb] fugindo, de grito e bala, zunindo, o gaitero
alheio a tudo tocava um chote exclinudo, [Ab] já quase meio dormindo.
[Eb] [Db] E a coisa [Ab] ia indo assim, balancei a [Db] situação, [Ab] já quase sem [Eb] munição e todos atirando em mim.
[Db] Qual ia ser o meu fim, eu [Ab] me dei conta de repente.
[Eb] Eu não vou ficar pra ser mente, mas [Ab] gosto de andar no mundo, me esperavam lá dos [Eb] fundos.
Eu saí na porta [Bbm] da [Ab] frente [Db]
e dali [Eb] eu ganhei o mato.
Abaixo [Ab] de tiroteio, ainda [Eb] escutava o floreio da cordeira do [Bb] [Ab] mulato e, pra encurtar o relato,
[Eb] eu me bandeei pro outro lado.
[Ab] Cruzei o [D] Uruguaianado, que [Eb] meu zaino era [Db] um capicho [Ab] e a história desse mochixo faz [Db] parte
do meu [Ab] passado.
E achei não!
[Db]
[Eb] [Ab] Essa pergunta me é feita e, cada vez que [Eb] eu reclamo, é uma coisa [Ab] que eu reclamo e
acho que até é uma [Db] desfeita.
[Ab] Acho que não é direita e até [Eb] entender nem consigo.
[Ab] Eu, no medonho perigo de uma situação brasina, todos perguntam da China [Eb] e ninguém se [Abm] importa [Eb] comigo.
[Db] [Eb] [Gb]
[Ab] [Eb] [Ab] E a China eu nunca mais vi.
[Db] [G] No meu Gualdariarandejo, [Ab] somente em sonhos a vejo [Bb] num [Eb] bárbaro frenesi, [Ab] talvez [Ebm] ande por
[Abm] aí [Bbm] no rodeio das alçadas ou, [Eb] talvez, nas [Abm] madrugadas, seja uma estrela [Ebm] [Dbm] chirua [B] dessas
[Eb] que se [Ab] banha nua [Dbm] no espelho [Bb] das [Eb] aguadas.
[Gb] [Dbm] [B] [G] [Ab]
[Abm]
[N]
[Abm]
[Eb]
[Bb] [Ebm] [Abm]
[Gb] [E] [Eb]
[E] [B] [Eb] [Abm]
A um mojicho [Eb]
certa feita, eu fui [E] chegando de curioso, [Abm] que o vício [Eb] é que nem sarnoso
nunca [Gm] para nem se [Abm] ajeita.
Baile de gente direita, [Eb] eu vi de pronto que não era.
[Abm] Na noite de primavera [Db] gaguejava a voz dum tango [Eb] e eu [E] sou [A] louco por fandango [Gb] que nem
[Ebm] pinto por [B] guirera.
[Abm] Matei meu baio longito [F] num [Bb] galho de [Abm] Guaririm.
[G] [B] Desde [Bb] guri [Abm] eu fui assim, não brinco nem [Eb] [Dbm] facilito.
Em bruxas não acredito, [Eb] pero que la sai, la [Db] sai.
[Abm] Eu sou da costa do [Eb] Uruguai, [Ab] meu velho [Eb] pago [Dbm] querido [Eb] e por andar [Abm] desprevenido há tanto
guri sem pai.
[Eb] O rancho [Bb] de Santa Fé, de [Abm] Pauapique, barriado num [Eb] trancão de convidado, eu me entreverei
no [Abm] banzer, o chinaredo a bola a pé, no ambiente [E] [B] fumacento, um candeiro [Abm] bem no centro num
luzco fusco de [Eb] aurora, para quem chegava [Bbm] de fora, [G] pouco [Abm] enxergava ali dentro.
Dei de mão [G] numa [Bbm] tiangaça que me cruzou no [B] costado e [Abm] já saí entreverado entre a poeira
e a fumaça.
[G] [Bb] Oi, [Eb] galechina [Abm] lindaça, morena de toda clina, [Eb] dessas [E] da venta brasina com cheiro de lixiguana
[Db] que quando [Eb] ergue uma pestana [B] até a noite [Bb] se [Abm] ilumina.
Visto de diaba [Eb] e de santa e com ares de quem é dona [Ab] e um gosto de temporona que traz água
na [Eb] garganta, eu me grudei na percanta ao [Ab] mesmo que um [Abm] carrapato.
[E] E o [Eb] gaitero era um mulato que até [Abm] dormindo tocava [Db] e a gaita [Eb] choramingava como namoro de gato.
[Ab] A gaita velha de mim, [Ab] às vezes, [G] [Abm] quase parava, [Eb] de [Ab] repente se acordava e [Db] num vaneirão se perdia.
[Eb] E eu, contra a pele [Ab] macia daquele corpo moreno, [Db] sentia [Eb] o mundo pequeno, bombeando, cheio [Ab] de
enlevo, dois olhos flores [Eb] de trevo com respingos [Db] de [Ab] cereja.
Mas o que é bom [Eb] se termina, cumpriu-se [Ab] um velho ditado, eu, [Eb]
[Abm] que estava [B] embalado nos
[Gm] braços [Bbm] doces da china, [Abm] escutei de [G]
[Abm] relancina uma [Bb] espécie de [E] relincho.
[Eb] Era o [Ab] dono do [Abm] buchincho, meio [E] oitavado num [Gb] canto, que me [Eb] olhava com espanto mais sério
do [Ab] que um capicho.
Foi ele que se veio,
[E] pois se era dele a pinguancha, bufando e [Abm] abrindo cancha como o dono do rodeio,
quis me [E] partir pelo meio com um talonaço de [Abm] adaga, que se me pega me [Ab] estraga, chegou
a levantar um cisco, mas [E] não é à toa, [Ab] chomisco, que eu sou de São [Bb] Luís Gonzaga.
Meio [Eb] na curva do braço, [Abm] eu consegui tirar o talho, [Eb] mas quase que me atrapalho porque
[Abm] havia pouco espaço, [Eb] mas senti o calor do aço, e o calor [Abm] do aço [Dbm] arde.
[Abm] Me [Eb] levantei, sem alarde, [Em] [Eb] por causa do [Abm] desaforo, e [Ebm]
soltei meu marcador num medonho buenas [Abm] tardes.
[Ebm] Eu tenho visto coisa [Dbm] feia, tenho visto [Bb]
judiaria, mas [Eb] hoje ainda me arrepia [Dbm] lembrando aquela peleia.
[B] Talvez, [G] quem ouça não creia, mas [Abm] vi nascer no pescoço do índio do [Eb] berro grosso como
uma cinta [Ab] vermelha, [Abm] e desde o beiço até a [Eb] orelha ficou relampeando o [Abm] osso.
O índio [Eb] era um índio-touro, mas até touro-se a joelha, [Abm] cortado do beiço, a [Eb] orelha amontoou-se
como um couro, e, [Abm] amigos, foi um [E] estouro daqueles [Eb] que dava [Dbm] medo, [Abm]
[Gm] espantou [Abm]-se o chinaredo,
[E] e aquilo foi uma zoada, [Eb] parecia até um egoada [Abm] disparando num varzedo.
[E]
Não há [Ebm] quem pinte o retrato [Eb] de um buchincho quando [Abm] estoura.
Tinidos de adaga, [Eb] espora [Bm] e [Ebm] gritos de [Abm] desacato, berros de quarenta e quatro de cada [G] canto
[Eb] da sala e a velha gaita [Abm] baguala num vaneirão [A] pacholento, [Eb]
fazendo [Ab] acompanhamento do turumbamba [Db] de barro.
[Eb] É a China que se escavela, [Ab] redemonhando na porta, [Db] e Xiru, da guampa torta [Ab] que vem direito
à janela, [Db] num grito [Ab] de toda a [Eb] goela num berreiro [Db]
alucinante.
O índio [Cm] que não [Db] se garante [Ab] vendo o [Eb] sangue se apavora e se manda [Ab] campo fora, [Bb] levando
tudo por diante.
[Eb] [Db] [Ab] Eu [Bbm] sou [Ab] crente na divindade, [E] morro quando [Eb] Deus quiser, mas, amigos, se eu disser até periga
[Abm] verdade, naquela barbaridade de chinaredo [Eb] fugindo, de grito e bala, zunindo, o gaitero
alheio a tudo tocava um chote exclinudo, [Ab] já quase meio dormindo.
[Eb] [Db] E a coisa [Ab] ia indo assim, balancei a [Db] situação, [Ab] já quase sem [Eb] munição e todos atirando em mim.
[Db] Qual ia ser o meu fim, eu [Ab] me dei conta de repente.
[Eb] Eu não vou ficar pra ser mente, mas [Ab] gosto de andar no mundo, me esperavam lá dos [Eb] fundos.
Eu saí na porta [Bbm] da [Ab] frente [Db]
e dali [Eb] eu ganhei o mato.
Abaixo [Ab] de tiroteio, ainda [Eb] escutava o floreio da cordeira do [Bb] [Ab] mulato e, pra encurtar o relato,
[Eb] eu me bandeei pro outro lado.
[Ab] Cruzei o [D] Uruguaianado, que [Eb] meu zaino era [Db] um capicho [Ab] e a história desse mochixo faz [Db] parte
do meu [Ab] passado.
E achei não!
[Db]
[Eb] [Ab] Essa pergunta me é feita e, cada vez que [Eb] eu reclamo, é uma coisa [Ab] que eu reclamo e
acho que até é uma [Db] desfeita.
[Ab] Acho que não é direita e até [Eb] entender nem consigo.
[Ab] Eu, no medonho perigo de uma situação brasina, todos perguntam da China [Eb] e ninguém se [Abm] importa [Eb] comigo.
[Db] [Eb] [Gb]
[Ab] [Eb] [Ab] E a China eu nunca mais vi.
[Db] [G] No meu Gualdariarandejo, [Ab] somente em sonhos a vejo [Bb] num [Eb] bárbaro frenesi, [Ab] talvez [Ebm] ande por
[Abm] aí [Bbm] no rodeio das alçadas ou, [Eb] talvez, nas [Abm] madrugadas, seja uma estrela [Ebm] [Dbm] chirua [B] dessas
[Eb] que se [Ab] banha nua [Dbm] no espelho [Bb] das [Eb] aguadas.
[Gb] [Dbm] [B] [G] [Ab]
[Abm]
[N]
Key:
Eb
Abm
Ab
Db
E
Eb
Abm
Ab
[Abm] _ _ _ _ [Eb] _ [G] _
_ _ _ _ [Abm] _ _
_ _ _ _ _ [Eb] _
_ [Bb] _ _ _ [Ebm] _ [Abm] _
_ _ [Gb] _ [E] _ _ [Eb] _
[E] _ _ [B] _ _ [Eb] _ [Abm] _
_ A um mojicho [Eb] _
certa feita, eu fui [E] chegando de curioso, [Abm] que o vício [Eb] é que nem sarnoso
nunca [Gm] para nem se [Abm] ajeita.
Baile de gente direita, [Eb] eu vi de pronto que não era.
[Abm] Na noite de primavera _ [Db] gaguejava a voz dum tango [Eb] e eu [E] sou [A] louco por fandango [Gb] que nem
[Ebm] pinto por [B] guirera.
_ _ [Abm] Matei meu baio longito [F] num [Bb] galho de [Abm] Guaririm.
[G] _ [B] Desde [Bb] guri [Abm] eu fui assim, não brinco nem [Eb] [Dbm] facilito.
Em bruxas não acredito, [Eb] pero que la sai, la [Db] sai.
[Abm] Eu sou da costa do [Eb] Uruguai, [Ab] meu velho [Eb] pago [Dbm] querido [Eb] e por andar [Abm] desprevenido há tanto
guri sem pai.
_ [Eb] O rancho [Bb] de Santa Fé, de [Abm] Pauapique, barriado num [Eb] trancão de convidado, eu me entreverei
no [Abm] banzer, o chinaredo a bola a pé, no ambiente [E] [B] fumacento, um candeiro [Abm] bem no centro num
luzco fusco de [Eb] aurora, para quem chegava [Bbm] de fora, [G] pouco [Abm] enxergava ali dentro.
Dei de mão [G] numa [Bbm] tiangaça que me cruzou no [B] costado e [Abm] já saí entreverado entre a poeira
e a fumaça.
[G] _ [Bb] Oi, [Eb] galechina [Abm] lindaça, morena de toda clina, [Eb] dessas [E] da venta brasina com cheiro de lixiguana
[Db] que quando [Eb] ergue uma pestana [B] até a noite [Bb] se [Abm] ilumina.
Visto de diaba [Eb] e de santa e com ares de quem é dona [Ab] e um gosto de temporona que traz água
na [Eb] garganta, eu me grudei na percanta ao [Ab] mesmo que um [Abm] carrapato.
[E] E o [Eb] gaitero era um mulato que até [Abm] dormindo tocava [Db] e a gaita [Eb] choramingava como namoro de gato.
_ [Ab] A gaita velha de mim, [Ab] às vezes, [G] [Abm] quase parava, [Eb] de [Ab] repente se acordava e [Db] num vaneirão se perdia.
[Eb] _ E eu, contra a pele [Ab] macia daquele corpo moreno, [Db] sentia [Eb] o mundo pequeno, bombeando, cheio [Ab] de
enlevo, dois olhos flores [Eb] de trevo com respingos [Db] de [Ab] cereja.
Mas o que é bom [Eb] se termina, cumpriu-se [Ab] um velho ditado, eu, [Eb]
[Abm] que estava [B] embalado nos
[Gm] braços [Bbm] doces da china, _ [Abm] escutei de [G]
[Abm] relancina uma [Bb] espécie de [E] relincho.
[Eb] Era o [Ab] dono do [Abm] buchincho, meio [E] oitavado num [Gb] canto, que me [Eb] olhava com espanto mais sério
do [Ab] que um capicho.
_ _ Foi ele que se veio, _
[E] pois se era dele a pinguancha, _ bufando e [Abm] abrindo cancha como o dono do rodeio,
quis me [E] partir pelo meio com um talonaço de [Abm] adaga, que se me pega me [Ab] estraga, chegou
a levantar um cisco, mas [E] não é à toa, [Ab] chomisco, que eu sou de São [Bb] Luís Gonzaga.
_ Meio [Eb] na curva do braço, [Abm] eu consegui tirar o talho, [Eb] mas quase que me atrapalho porque
[Abm] havia pouco espaço, [Eb] mas senti o calor do aço, e o calor [Abm] do aço [Dbm] arde.
[Abm] Me [Eb] levantei, sem alarde, [Em] [Eb] por causa do [Abm] desaforo, _ e [Ebm]
soltei meu marcador num medonho buenas [Abm] tardes.
_ [Ebm] Eu tenho visto coisa [Dbm] feia, tenho visto _ [Bb]
judiaria, mas [Eb] hoje ainda me arrepia [Dbm] lembrando aquela peleia.
[B] Talvez, [G] quem ouça não creia, mas [Abm] vi nascer no pescoço do índio do [Eb] berro grosso como
uma cinta [Ab] vermelha, [Abm] e desde o beiço até a [Eb] orelha ficou _ relampeando o [Abm] osso. _
O índio [Eb] era um índio-touro, mas até touro-se a joelha, [Abm] _ cortado do beiço, a [Eb] orelha _ amontoou-se
como um couro, e, [Abm] amigos, foi um [E] estouro daqueles [Eb] que dava [Dbm] medo, [Abm] _
[Gm] espantou [Abm]-se o chinaredo,
[E] e aquilo foi uma zoada, [Eb] parecia até um egoada [Abm] disparando num varzedo.
[E] _
_ Não há [Ebm] quem pinte o retrato [Eb] de um buchincho quando [Abm] estoura. _
Tinidos de adaga, [Eb] espora [Bm] e [Ebm] gritos de [Abm] desacato, berros de quarenta e quatro de cada [G] canto
[Eb] da sala e a velha gaita [Abm] baguala num vaneirão [A] pacholento, [Eb] _ _ _
fazendo [Ab] acompanhamento do turumbamba [Db] de barro.
[Eb] É a China que se escavela, _ [Ab] redemonhando na porta, [Db] e Xiru, da guampa torta [Ab] que vem direito
à janela, [Db] num grito [Ab] de toda a [Eb] goela num berreiro [Db]
alucinante.
O índio [Cm] que não [Db] se garante [Ab] vendo o [Eb] sangue se apavora e se manda [Ab] campo fora, [Bb] levando
tudo por diante.
[Eb] _ _ [Db] [Ab] Eu [Bbm] sou [Ab] crente na divindade, [E] morro quando [Eb] Deus quiser, mas, amigos, se eu disser até periga
[Abm] verdade, naquela barbaridade de chinaredo [Eb] fugindo, de grito e bala, zunindo, o gaitero
alheio a tudo tocava um chote exclinudo, [Ab] já quase meio dormindo.
_ _ [Eb] [Db] E a coisa [Ab] ia indo assim, _ balancei a [Db] situação, [Ab] já quase sem [Eb] munição e todos atirando em mim.
[Db] Qual ia ser o meu fim, eu [Ab] me dei conta de repente.
[Eb] Eu não vou ficar pra ser mente, mas [Ab] gosto de andar no mundo, me esperavam lá dos [Eb] fundos.
Eu saí na porta [Bbm] da [Ab] frente _ [Db]
e dali [Eb] eu ganhei o mato.
_ Abaixo [Ab] de tiroteio, _ ainda [Eb] escutava o floreio da cordeira do [Bb] [Ab] mulato e, pra encurtar o relato,
_ [Eb] eu me bandeei pro outro lado.
_ [Ab] _ Cruzei o [D] Uruguaianado, que [Eb] meu zaino era [Db] um capicho [Ab] e a história desse mochixo faz [Db] parte
do meu [Ab] passado.
E achei não!
_ _ _ [Db] _ _
_ [Eb] _ _ [Ab] Essa pergunta me é feita e, cada vez que [Eb] eu reclamo, é uma coisa [Ab] que eu reclamo e
acho que até é uma [Db] desfeita.
[Ab] Acho _ que não é direita e até [Eb] entender nem consigo.
[Ab] Eu, no medonho perigo de uma situação brasina, todos perguntam da China [Eb] e ninguém se [Abm] importa [Eb] comigo.
[Db] _ [Eb] _ _ [Gb] _
[Ab] _ _ [Eb] [Ab] E a China eu nunca mais vi.
[Db] _ [G] No meu _ Gualdariarandejo, [Ab] _ somente em sonhos a vejo [Bb] num [Eb] bárbaro frenesi, [Ab] talvez [Ebm] ande por
[Abm] aí [Bbm] no rodeio das alçadas ou, [Eb] talvez, nas [Abm] madrugadas, seja uma estrela [Ebm] [Dbm] chirua [B] dessas
[Eb] que se [Ab] banha nua [Dbm] no espelho [Bb] das [Eb] aguadas.
[Gb] _ [Dbm] _ _ [B] _ _ [G] _ _ [Ab] _
_ [Abm] _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ [N] _
_ _ _ _ [Abm] _ _
_ _ _ _ _ [Eb] _
_ [Bb] _ _ _ [Ebm] _ [Abm] _
_ _ [Gb] _ [E] _ _ [Eb] _
[E] _ _ [B] _ _ [Eb] _ [Abm] _
_ A um mojicho [Eb] _
certa feita, eu fui [E] chegando de curioso, [Abm] que o vício [Eb] é que nem sarnoso
nunca [Gm] para nem se [Abm] ajeita.
Baile de gente direita, [Eb] eu vi de pronto que não era.
[Abm] Na noite de primavera _ [Db] gaguejava a voz dum tango [Eb] e eu [E] sou [A] louco por fandango [Gb] que nem
[Ebm] pinto por [B] guirera.
_ _ [Abm] Matei meu baio longito [F] num [Bb] galho de [Abm] Guaririm.
[G] _ [B] Desde [Bb] guri [Abm] eu fui assim, não brinco nem [Eb] [Dbm] facilito.
Em bruxas não acredito, [Eb] pero que la sai, la [Db] sai.
[Abm] Eu sou da costa do [Eb] Uruguai, [Ab] meu velho [Eb] pago [Dbm] querido [Eb] e por andar [Abm] desprevenido há tanto
guri sem pai.
_ [Eb] O rancho [Bb] de Santa Fé, de [Abm] Pauapique, barriado num [Eb] trancão de convidado, eu me entreverei
no [Abm] banzer, o chinaredo a bola a pé, no ambiente [E] [B] fumacento, um candeiro [Abm] bem no centro num
luzco fusco de [Eb] aurora, para quem chegava [Bbm] de fora, [G] pouco [Abm] enxergava ali dentro.
Dei de mão [G] numa [Bbm] tiangaça que me cruzou no [B] costado e [Abm] já saí entreverado entre a poeira
e a fumaça.
[G] _ [Bb] Oi, [Eb] galechina [Abm] lindaça, morena de toda clina, [Eb] dessas [E] da venta brasina com cheiro de lixiguana
[Db] que quando [Eb] ergue uma pestana [B] até a noite [Bb] se [Abm] ilumina.
Visto de diaba [Eb] e de santa e com ares de quem é dona [Ab] e um gosto de temporona que traz água
na [Eb] garganta, eu me grudei na percanta ao [Ab] mesmo que um [Abm] carrapato.
[E] E o [Eb] gaitero era um mulato que até [Abm] dormindo tocava [Db] e a gaita [Eb] choramingava como namoro de gato.
_ [Ab] A gaita velha de mim, [Ab] às vezes, [G] [Abm] quase parava, [Eb] de [Ab] repente se acordava e [Db] num vaneirão se perdia.
[Eb] _ E eu, contra a pele [Ab] macia daquele corpo moreno, [Db] sentia [Eb] o mundo pequeno, bombeando, cheio [Ab] de
enlevo, dois olhos flores [Eb] de trevo com respingos [Db] de [Ab] cereja.
Mas o que é bom [Eb] se termina, cumpriu-se [Ab] um velho ditado, eu, [Eb]
[Abm] que estava [B] embalado nos
[Gm] braços [Bbm] doces da china, _ [Abm] escutei de [G]
[Abm] relancina uma [Bb] espécie de [E] relincho.
[Eb] Era o [Ab] dono do [Abm] buchincho, meio [E] oitavado num [Gb] canto, que me [Eb] olhava com espanto mais sério
do [Ab] que um capicho.
_ _ Foi ele que se veio, _
[E] pois se era dele a pinguancha, _ bufando e [Abm] abrindo cancha como o dono do rodeio,
quis me [E] partir pelo meio com um talonaço de [Abm] adaga, que se me pega me [Ab] estraga, chegou
a levantar um cisco, mas [E] não é à toa, [Ab] chomisco, que eu sou de São [Bb] Luís Gonzaga.
_ Meio [Eb] na curva do braço, [Abm] eu consegui tirar o talho, [Eb] mas quase que me atrapalho porque
[Abm] havia pouco espaço, [Eb] mas senti o calor do aço, e o calor [Abm] do aço [Dbm] arde.
[Abm] Me [Eb] levantei, sem alarde, [Em] [Eb] por causa do [Abm] desaforo, _ e [Ebm]
soltei meu marcador num medonho buenas [Abm] tardes.
_ [Ebm] Eu tenho visto coisa [Dbm] feia, tenho visto _ [Bb]
judiaria, mas [Eb] hoje ainda me arrepia [Dbm] lembrando aquela peleia.
[B] Talvez, [G] quem ouça não creia, mas [Abm] vi nascer no pescoço do índio do [Eb] berro grosso como
uma cinta [Ab] vermelha, [Abm] e desde o beiço até a [Eb] orelha ficou _ relampeando o [Abm] osso. _
O índio [Eb] era um índio-touro, mas até touro-se a joelha, [Abm] _ cortado do beiço, a [Eb] orelha _ amontoou-se
como um couro, e, [Abm] amigos, foi um [E] estouro daqueles [Eb] que dava [Dbm] medo, [Abm] _
[Gm] espantou [Abm]-se o chinaredo,
[E] e aquilo foi uma zoada, [Eb] parecia até um egoada [Abm] disparando num varzedo.
[E] _
_ Não há [Ebm] quem pinte o retrato [Eb] de um buchincho quando [Abm] estoura. _
Tinidos de adaga, [Eb] espora [Bm] e [Ebm] gritos de [Abm] desacato, berros de quarenta e quatro de cada [G] canto
[Eb] da sala e a velha gaita [Abm] baguala num vaneirão [A] pacholento, [Eb] _ _ _
fazendo [Ab] acompanhamento do turumbamba [Db] de barro.
[Eb] É a China que se escavela, _ [Ab] redemonhando na porta, [Db] e Xiru, da guampa torta [Ab] que vem direito
à janela, [Db] num grito [Ab] de toda a [Eb] goela num berreiro [Db]
alucinante.
O índio [Cm] que não [Db] se garante [Ab] vendo o [Eb] sangue se apavora e se manda [Ab] campo fora, [Bb] levando
tudo por diante.
[Eb] _ _ [Db] [Ab] Eu [Bbm] sou [Ab] crente na divindade, [E] morro quando [Eb] Deus quiser, mas, amigos, se eu disser até periga
[Abm] verdade, naquela barbaridade de chinaredo [Eb] fugindo, de grito e bala, zunindo, o gaitero
alheio a tudo tocava um chote exclinudo, [Ab] já quase meio dormindo.
_ _ [Eb] [Db] E a coisa [Ab] ia indo assim, _ balancei a [Db] situação, [Ab] já quase sem [Eb] munição e todos atirando em mim.
[Db] Qual ia ser o meu fim, eu [Ab] me dei conta de repente.
[Eb] Eu não vou ficar pra ser mente, mas [Ab] gosto de andar no mundo, me esperavam lá dos [Eb] fundos.
Eu saí na porta [Bbm] da [Ab] frente _ [Db]
e dali [Eb] eu ganhei o mato.
_ Abaixo [Ab] de tiroteio, _ ainda [Eb] escutava o floreio da cordeira do [Bb] [Ab] mulato e, pra encurtar o relato,
_ [Eb] eu me bandeei pro outro lado.
_ [Ab] _ Cruzei o [D] Uruguaianado, que [Eb] meu zaino era [Db] um capicho [Ab] e a história desse mochixo faz [Db] parte
do meu [Ab] passado.
E achei não!
_ _ _ [Db] _ _
_ [Eb] _ _ [Ab] Essa pergunta me é feita e, cada vez que [Eb] eu reclamo, é uma coisa [Ab] que eu reclamo e
acho que até é uma [Db] desfeita.
[Ab] Acho _ que não é direita e até [Eb] entender nem consigo.
[Ab] Eu, no medonho perigo de uma situação brasina, todos perguntam da China [Eb] e ninguém se [Abm] importa [Eb] comigo.
[Db] _ [Eb] _ _ [Gb] _
[Ab] _ _ [Eb] [Ab] E a China eu nunca mais vi.
[Db] _ [G] No meu _ Gualdariarandejo, [Ab] _ somente em sonhos a vejo [Bb] num [Eb] bárbaro frenesi, [Ab] talvez [Ebm] ande por
[Abm] aí [Bbm] no rodeio das alçadas ou, [Eb] talvez, nas [Abm] madrugadas, seja uma estrela [Ebm] [Dbm] chirua [B] dessas
[Eb] que se [Ab] banha nua [Dbm] no espelho [Bb] das [Eb] aguadas.
[Gb] _ [Dbm] _ _ [B] _ _ [G] _ _ [Ab] _
_ [Abm] _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ [N] _