Chords for Bochincho
Tempo:
132.1 bpm
Chords used:
Eb
Ab
Abm
Db
E
Tuning:Standard Tuning (EADGBE)Capo:+0fret
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[Abm] [Eb] [Gm]
[Eb] [Abm]
[Eb]
[Bb] [Ebm] [Abm]
[Gb] [E] [Eb]
[E] [B] [Eb] [Abm]
A um mochicho [Eb] certa feita, eu fui chegando de [Ab]
[E] curioso,
[Abm] que o vício é [Eb] que nem sarnoso nunca para nem se [Ab] ajeita.
[Abm] Baile de gente direita, [Eb] eu vi de pronto que não era.
Na [Abm] noite de primavera gaguejava a voz [Eb] dum tango
e eu [E] sou louco [A] por fandango [Gb] que nem [Ebm] pinto por [Db] guireira.
[B] Até [Abm]
meu bairro longito [F] num galho [Bb] de [Abm] Guaririm,
[G] [B] desde guri [Eb] eu fui [Abm] assim, [B] não brinco nem [Eb]
[Dbm] facilito,
em bruxas não acredito, [Eb] pero que la sai, [Gbm] la sai,
[Ebm]
eu sou da costa do Uruguai, meu [Ab] velho [Eb] pago [Dbm] querido
[Ebm] e por andar desprevenido, [Abm] há tanto guri sem pai.
[Eb] O rancho [Bb] de Santa Fé, de [Abm] Pauapique, barriado,
num [Eb] trancão de convidado eu me entreverei no [Abm] banzer,
o chinaredo a bola a pé, num ambiente [Dbm] [B] fumacente,
um [Eb] candeiro [Abm] bem no centro dum luzco fusco de aurora
[Ebm] pra quem chegava de [Bbm] fora, pouco [Abm] enxergava ali dentro.
Dei de mão [Gm] numa tiangaça [Bbm] que me cruzou no costado
[B] [Abm] e já saí entreverado entre a poeira e a fumaça.
[G] [Bbm] [Em] Oi, [Eb]
galechina [Abm] lindaça, moren de toda clina,
[Eb] dessas [E] da venta brasina com cheiro de lixa iguana
[Bb] que quando [Eb] ergue uma pestana até [B] a noite [Bb] se [Abm] ilumina.
Visto de diaba e [Eb] de santa e com ares de quem é dona
[Abm] e um gosto de temporona que traz água na [Eb] garganta,
e eu me grudei na percanta [Ab] o mesmo que um [Abm] carrapato.
[E] E o [Eb] gaitero era um mulato que até [Abm] dormindo tocava
e a gaita [Eb] choramingava como namoro de gato.
[Ab] A gaita velha de mim [Db] às [Ab] vezes [Eb] [F] quase parava,
[Eb] de repente se [Ab] acordava e [Db] num vaneirão se perdia.
[Eb] E eu, contra a pele macia [Ab] daquele corpo moreno,
[Db] sentia [Eb] o mundo pequeno, bombeando, cheio de [Ab] enlevo,
dois [F] olhos flores [Eb] de trevo com respingos [Db] de [Ab] serê.
Mas o que é bom se [Eb] termina, cumpriu [Ab]-se um velho ditado,
eu, [Eb] que [Abm] dançava embalado nos [Gm] braços [Bbm] doces da China,
[Abm] escutei de [G] [Ab] relancina [B] uma [Gm] espécie de [E] relincho.
[A] Era o [Ab] dono do [Abm] buchincho, meio [E]
oitavado num [Db] canto,
[Eb] que me olhava com espanto mais sério do [Ab] que um capicho.
Foi ele que se veio, [E]
pois se era dele a pinguancha,
bufando e [Abm] abrindo cancha como o dono do rodeio,
quis me [Dbm] partir pelo meio com um talonaço de [Abm] adaga,
que se me pega me [Ab] estraga, chegou a levantar um cisco,
mas [E] não é à toa, [A] chomisco, [Ab] que eu sou de São Luís [Bb] Gonzaga.
Veio [Eb] na curva do braço, [Abm] eu consegui tirar o talho,
[Eb] mas quase que me atrapalho porque [E]
havia pouco espaço,
[Eb] mas senti o calor do aço, e o calor [Abm] do aço [Dbm] arde.
[Abm] Me levantei, [Eb] sem alarde, [A] [Ebm] por causa do [Abm] desaforo,
e [Ebm] soltei meu marcador num medonho buenas [Abm] tardes.
[Ebm] Eu tenho visto coisa feia, [Dbm] tenho visto [Bb] judiaria,
mas [Eb] hoje ainda me arrepia [Dbm] lembrando aquela peleia,
[B] talvez [G] quem ouça não creia, mas vi [Abm] nascer no pescoço
do índio do [Eb] berro grosso como uma cinta [Ab] vermelha,
e [Abm] desde o beiço até a [Eb] orelha, ficou relampeando o [Abm] osso.
O índio [Eb] era um índio-touro, mas até touro-se a joelha,
[Abm] cortado do beiço, a [Eb] orelha amontoou-se como um couro,
e [Ab] amigos, foi um [E] estouro daqueles [Eb] que dava [Dbm] medo,
[B]
[Eb] espantou-se o [Abm] chinareiro, [E] e aquilo foi uma zoada,
[Eb] parecia até um egoada [Abm] disparando num varzedo.
[E]
Não há [Ebm] quem pinte o retrato de um [Eb] buchincho quando [Abm] estoura.
Tinidos de adaga, [Eb] espora [B] e [Ebm] gritos de [Abm] desacato,
berros de quarenta e quatro de cada [Eb] canto da sala,
e a velha gaita [Abm] baguala num vaneirão [A] pacholento,
[Eb]
fazendo [Ab] acompanhamento do turumbamba de [Db] barro.
[Eb] É a china que se escabela, [Ab] redemonhando [A] na porta,
[Db] e xiru da guampa torta [Ab] que vem direito à janela,
[Db] num grito [Ab] de toda a [Eb] guela num berreiro [Db] alucinante.
O índio [A] que não [Db] se garante vendo o [Eb] sangue,
se apavora e se manda [Ab] campo fora, [Bb] levando tudo por diante.
[Eb] [Db] [Ab]
[Bbm] Eu sou [Ab] crente na divindade, [E] morro quando Deus [Eb] quiser,
mas, amigo, se eu disser até periga a [Ab] verdade,
naquela [E] barbaridade de [Eb] chinareiro fugindo, de grito e bala,
[Abm] zunindo o gaiteiro alheio a tudo,
[Eb] tocava um chote exclinudo, [Ab] já quase meio dormindo.
[Eb] [Db] E a coisa ia [Ab] indo assim, balancei a [Db] situação,
[Ab] já quase sem [Eb] munição e todos atirando em mim.
[Ab] Qual [Bbm] ia ser o meu fim?
Eu [Ebm] me dei conta [Db] de [Eb] repente.
Eu não vou ficar pra ser mente, mas [Ab] gosto de andar no mundo.
Me esperavam na dos [Eb] fundos, eu saí na porta [Bbm] da [Ab] frente.
[Db] E [F] dali [Eb] eu ganhei o mato, abaixo [Ab] de tiroteio.
Ainda [Eb] escutava o floreio da cordeira do [Bb] mulato,
[Ab] e, pra encurtar o relato, [Eb] eu me bandei pro outro lado.
[Ab] Cruzei o Uruguai [D] armado, que [Eb] meu zaino era um [Db] capicho,
[Ab] e a história desse mochicho faz [Db] parte do meu passado.
[Ab] E achando essa [Db]
[Eb] [Ab] pergunta minha e feita,
em cada vez que eu [Eb] reclamo, é uma coisa [Ab] que eu reclamo
e acho que até uma [Db] desfeita, [Ab] acho que não é direita,
e até [Eb] entender nem consigo.
[Ab] Eu, no medonho perigo de uma situação brasina,
[Eb] todos [Ab] perguntam da China [Eb] e ninguém se [Ab] importa [Eb]
comigo.
[Db] [Eb] [Gb] [Ab]
[Eb] [Ab] E a China eu nunca mais vi.
[Db] [Eb] No meu galderia-arandejo, [Ab] somente em sonhos a vejo
[Db] num bárbaro [Eb] frenesi, [F] talvez ande [Ebm] por [Abm] aí,
[Bbm] no rodeio das alçadas, ou talvez, [Gm] nas [Abm] madrugadas,
seja uma estrela [Ebm] chirua [Dbm] [B] dessas [Eb] que se [Ab] banha nua
no [Dbm]
espelho das [Eb] aguadas.
[Gb] [Dbm] [B] [G] [Ab]
[Abm]
[Eb] [Abm]
[Eb]
[Bb] [Ebm] [Abm]
[Gb] [E] [Eb]
[E] [B] [Eb] [Abm]
A um mochicho [Eb] certa feita, eu fui chegando de [Ab]
[E] curioso,
[Abm] que o vício é [Eb] que nem sarnoso nunca para nem se [Ab] ajeita.
[Abm] Baile de gente direita, [Eb] eu vi de pronto que não era.
Na [Abm] noite de primavera gaguejava a voz [Eb] dum tango
e eu [E] sou louco [A] por fandango [Gb] que nem [Ebm] pinto por [Db] guireira.
[B] Até [Abm]
meu bairro longito [F] num galho [Bb] de [Abm] Guaririm,
[G] [B] desde guri [Eb] eu fui [Abm] assim, [B] não brinco nem [Eb]
[Dbm] facilito,
em bruxas não acredito, [Eb] pero que la sai, [Gbm] la sai,
[Ebm]
eu sou da costa do Uruguai, meu [Ab] velho [Eb] pago [Dbm] querido
[Ebm] e por andar desprevenido, [Abm] há tanto guri sem pai.
[Eb] O rancho [Bb] de Santa Fé, de [Abm] Pauapique, barriado,
num [Eb] trancão de convidado eu me entreverei no [Abm] banzer,
o chinaredo a bola a pé, num ambiente [Dbm] [B] fumacente,
um [Eb] candeiro [Abm] bem no centro dum luzco fusco de aurora
[Ebm] pra quem chegava de [Bbm] fora, pouco [Abm] enxergava ali dentro.
Dei de mão [Gm] numa tiangaça [Bbm] que me cruzou no costado
[B] [Abm] e já saí entreverado entre a poeira e a fumaça.
[G] [Bbm] [Em] Oi, [Eb]
galechina [Abm] lindaça, moren de toda clina,
[Eb] dessas [E] da venta brasina com cheiro de lixa iguana
[Bb] que quando [Eb] ergue uma pestana até [B] a noite [Bb] se [Abm] ilumina.
Visto de diaba e [Eb] de santa e com ares de quem é dona
[Abm] e um gosto de temporona que traz água na [Eb] garganta,
e eu me grudei na percanta [Ab] o mesmo que um [Abm] carrapato.
[E] E o [Eb] gaitero era um mulato que até [Abm] dormindo tocava
e a gaita [Eb] choramingava como namoro de gato.
[Ab] A gaita velha de mim [Db] às [Ab] vezes [Eb] [F] quase parava,
[Eb] de repente se [Ab] acordava e [Db] num vaneirão se perdia.
[Eb] E eu, contra a pele macia [Ab] daquele corpo moreno,
[Db] sentia [Eb] o mundo pequeno, bombeando, cheio de [Ab] enlevo,
dois [F] olhos flores [Eb] de trevo com respingos [Db] de [Ab] serê.
Mas o que é bom se [Eb] termina, cumpriu [Ab]-se um velho ditado,
eu, [Eb] que [Abm] dançava embalado nos [Gm] braços [Bbm] doces da China,
[Abm] escutei de [G] [Ab] relancina [B] uma [Gm] espécie de [E] relincho.
[A] Era o [Ab] dono do [Abm] buchincho, meio [E]
oitavado num [Db] canto,
[Eb] que me olhava com espanto mais sério do [Ab] que um capicho.
Foi ele que se veio, [E]
pois se era dele a pinguancha,
bufando e [Abm] abrindo cancha como o dono do rodeio,
quis me [Dbm] partir pelo meio com um talonaço de [Abm] adaga,
que se me pega me [Ab] estraga, chegou a levantar um cisco,
mas [E] não é à toa, [A] chomisco, [Ab] que eu sou de São Luís [Bb] Gonzaga.
Veio [Eb] na curva do braço, [Abm] eu consegui tirar o talho,
[Eb] mas quase que me atrapalho porque [E]
havia pouco espaço,
[Eb] mas senti o calor do aço, e o calor [Abm] do aço [Dbm] arde.
[Abm] Me levantei, [Eb] sem alarde, [A] [Ebm] por causa do [Abm] desaforo,
e [Ebm] soltei meu marcador num medonho buenas [Abm] tardes.
[Ebm] Eu tenho visto coisa feia, [Dbm] tenho visto [Bb] judiaria,
mas [Eb] hoje ainda me arrepia [Dbm] lembrando aquela peleia,
[B] talvez [G] quem ouça não creia, mas vi [Abm] nascer no pescoço
do índio do [Eb] berro grosso como uma cinta [Ab] vermelha,
e [Abm] desde o beiço até a [Eb] orelha, ficou relampeando o [Abm] osso.
O índio [Eb] era um índio-touro, mas até touro-se a joelha,
[Abm] cortado do beiço, a [Eb] orelha amontoou-se como um couro,
e [Ab] amigos, foi um [E] estouro daqueles [Eb] que dava [Dbm] medo,
[B]
[Eb] espantou-se o [Abm] chinareiro, [E] e aquilo foi uma zoada,
[Eb] parecia até um egoada [Abm] disparando num varzedo.
[E]
Não há [Ebm] quem pinte o retrato de um [Eb] buchincho quando [Abm] estoura.
Tinidos de adaga, [Eb] espora [B] e [Ebm] gritos de [Abm] desacato,
berros de quarenta e quatro de cada [Eb] canto da sala,
e a velha gaita [Abm] baguala num vaneirão [A] pacholento,
[Eb]
fazendo [Ab] acompanhamento do turumbamba de [Db] barro.
[Eb] É a china que se escabela, [Ab] redemonhando [A] na porta,
[Db] e xiru da guampa torta [Ab] que vem direito à janela,
[Db] num grito [Ab] de toda a [Eb] guela num berreiro [Db] alucinante.
O índio [A] que não [Db] se garante vendo o [Eb] sangue,
se apavora e se manda [Ab] campo fora, [Bb] levando tudo por diante.
[Eb] [Db] [Ab]
[Bbm] Eu sou [Ab] crente na divindade, [E] morro quando Deus [Eb] quiser,
mas, amigo, se eu disser até periga a [Ab] verdade,
naquela [E] barbaridade de [Eb] chinareiro fugindo, de grito e bala,
[Abm] zunindo o gaiteiro alheio a tudo,
[Eb] tocava um chote exclinudo, [Ab] já quase meio dormindo.
[Eb] [Db] E a coisa ia [Ab] indo assim, balancei a [Db] situação,
[Ab] já quase sem [Eb] munição e todos atirando em mim.
[Ab] Qual [Bbm] ia ser o meu fim?
Eu [Ebm] me dei conta [Db] de [Eb] repente.
Eu não vou ficar pra ser mente, mas [Ab] gosto de andar no mundo.
Me esperavam na dos [Eb] fundos, eu saí na porta [Bbm] da [Ab] frente.
[Db] E [F] dali [Eb] eu ganhei o mato, abaixo [Ab] de tiroteio.
Ainda [Eb] escutava o floreio da cordeira do [Bb] mulato,
[Ab] e, pra encurtar o relato, [Eb] eu me bandei pro outro lado.
[Ab] Cruzei o Uruguai [D] armado, que [Eb] meu zaino era um [Db] capicho,
[Ab] e a história desse mochicho faz [Db] parte do meu passado.
[Ab] E achando essa [Db]
[Eb] [Ab] pergunta minha e feita,
em cada vez que eu [Eb] reclamo, é uma coisa [Ab] que eu reclamo
e acho que até uma [Db] desfeita, [Ab] acho que não é direita,
e até [Eb] entender nem consigo.
[Ab] Eu, no medonho perigo de uma situação brasina,
[Eb] todos [Ab] perguntam da China [Eb] e ninguém se [Ab] importa [Eb]
comigo.
[Db] [Eb] [Gb] [Ab]
[Eb] [Ab] E a China eu nunca mais vi.
[Db] [Eb] No meu galderia-arandejo, [Ab] somente em sonhos a vejo
[Db] num bárbaro [Eb] frenesi, [F] talvez ande [Ebm] por [Abm] aí,
[Bbm] no rodeio das alçadas, ou talvez, [Gm] nas [Abm] madrugadas,
seja uma estrela [Ebm] chirua [Dbm] [B] dessas [Eb] que se [Ab] banha nua
no [Dbm]
espelho das [Eb] aguadas.
[Gb] [Dbm] [B] [G] [Ab]
[Abm]
Key:
Eb
Ab
Abm
Db
E
Eb
Ab
Abm
[Abm] _ _ _ [Eb] _ [Gm] _ _
[Eb] _ _ _ _ [Abm] _ _
_ _ _ _ [Eb] _ _
_ [Bb] _ _ [Ebm] _ [Abm] _ _
_ [Gb] _ _ [E] _ [Eb] _ _
[E] _ [B] _ _ [Eb] _ [Abm] _ _
A um mochicho [Eb] _ certa feita, eu fui chegando de [Ab]
[E] curioso,
[Abm] que o vício é [Eb] que nem sarnoso nunca para nem se [Ab] ajeita.
_ [Abm] Baile de gente direita, [Eb] eu vi de pronto que não era.
Na [Abm] noite de primavera _ gaguejava a voz [Eb] dum tango
e eu [E] sou louco [A] por fandango [Gb] que nem [Ebm] pinto por [Db] guireira.
[B] _ Até [Abm] _
meu bairro longito [F] num galho [Bb] de [Abm] Guaririm,
[G] [B] desde guri [Eb] eu fui [Abm] assim, [B] não brinco nem [Eb]
[Dbm] facilito,
em bruxas não acredito, [Eb] pero que la sai, [Gbm] la sai,
[Ebm]
eu sou da costa do Uruguai, meu [Ab] velho [Eb] pago [Dbm] querido
[Ebm] e por andar desprevenido, [Abm] há tanto guri sem pai. _
[Eb] O rancho [Bb] de Santa Fé, de [Abm] Pauapique, barriado,
num [Eb] trancão de convidado eu me entreverei no [Abm] banzer,
o chinaredo a bola a pé, num ambiente [Dbm] [B] fumacente,
um [Eb] candeiro [Abm] bem no centro dum luzco fusco de aurora
[Ebm] pra quem chegava de [Bbm] fora, pouco [Abm] enxergava ali dentro. _
Dei de mão [Gm] numa tiangaça [Bbm] que me cruzou no costado
[B] [Abm] e já saí entreverado entre a poeira e a fumaça.
[G] _ [Bbm] [Em] Oi, [Eb]
galechina [Abm] lindaça, moren de toda clina,
[Eb] dessas [E] da venta brasina com cheiro de lixa iguana
[Bb] que quando [Eb] ergue uma pestana até [B] a noite [Bb] se [Abm] ilumina.
Visto de _ diaba e [Eb] de santa e com ares de quem é dona
[Abm] e um gosto de temporona que traz água na [Eb] garganta,
e eu me grudei na percanta [Ab] o mesmo que um [Abm] carrapato.
[E] E o [Eb] gaitero era um mulato que até [Abm] dormindo tocava
e a gaita [Eb] choramingava como namoro de gato.
_ [Ab] A gaita velha de mim [Db] às [Ab] vezes [Eb] [F] quase parava,
[Eb] de repente se [Ab] acordava e [Db] num vaneirão se perdia.
[Eb] _ E eu, contra a pele macia [Ab] daquele corpo moreno,
[Db] sentia [Eb] o mundo pequeno, bombeando, cheio de [Ab] enlevo,
dois [F] olhos flores [Eb] de trevo com respingos [Db] de [Ab] serê.
_ Mas o que é bom se [Eb] termina, cumpriu [Ab]-se um velho ditado,
eu, [Eb] que [Abm] dançava embalado nos [Gm] braços [Bbm] doces da China,
_ [Abm] escutei de [G] [Ab] relancina [B] uma [Gm] espécie de [E] relincho.
[A] Era o [Ab] dono do [Abm] buchincho, meio [E]
oitavado num [Db] canto,
[Eb] que me olhava com espanto mais sério do [Ab] que um capicho. _
_ Foi ele que se veio, [E]
pois se era dele a pinguancha, _
bufando e [Abm] abrindo cancha como o dono do rodeio,
quis me [Dbm] partir pelo meio com um talonaço de [Abm] adaga,
que se me pega me [Ab] estraga, chegou a levantar um cisco,
mas [E] não é à toa, [A] chomisco, [Ab] que eu sou de São Luís [Bb] Gonzaga.
_ Veio [Eb] na curva do braço, [Abm] eu consegui tirar o talho,
[Eb] mas quase que me atrapalho porque [E]
havia pouco espaço,
[Eb] mas senti o calor do aço, e o calor [Abm] do aço [Dbm] arde.
[Abm] Me levantei, [Eb] sem alarde, [A] [Ebm] por causa do [Abm] desaforo,
_ e [Ebm] soltei meu marcador num medonho buenas [Abm] tardes.
_ [Ebm] Eu tenho visto coisa feia, [Dbm] tenho visto _ [Bb] judiaria,
mas [Eb] hoje ainda me arrepia [Dbm] lembrando aquela peleia,
_ [B] talvez [G] quem ouça não creia, mas vi [Abm] nascer no pescoço
do índio do [Eb] berro grosso como uma cinta [Ab] vermelha,
e [Abm] desde o beiço até a [Eb] orelha, ficou _ relampeando o [Abm] osso.
_ O índio [Eb] era um índio-touro, mas até touro-se a joelha,
[Abm] _ cortado do beiço, a [Eb] orelha _ amontoou-se como um couro,
e [Ab] amigos, foi um [E] estouro daqueles [Eb] que dava [Dbm] medo,
_ [B]
[Eb] espantou-se o [Abm] chinareiro, [E] e aquilo foi uma zoada,
[Eb] parecia até um egoada [Abm] disparando num varzedo.
[E] _ _
Não há [Ebm] quem pinte o retrato de um [Eb] buchincho quando [Abm] estoura.
Tinidos de adaga, [Eb] espora [B] e [Ebm] gritos de [Abm] desacato,
berros de quarenta e quatro de cada [Eb] canto da sala,
e a velha gaita [Abm] baguala num vaneirão [A] pacholento,
[Eb] _ _ _ _
fazendo [Ab] acompanhamento do turumbamba de [Db] barro.
[Eb] É a china que se escabela, _ [Ab] redemonhando [A] na porta,
[Db] e xiru da guampa torta [Ab] que vem direito à janela,
_ [Db] num grito [Ab] de toda a [Eb] guela num berreiro [Db] alucinante.
O índio [A] que não [Db] se garante vendo o [Eb] sangue,
se apavora e se manda [Ab] campo fora, [Bb] levando tudo por diante.
[Eb] _ _ [Db] _ [Ab] _
[Bbm] Eu sou [Ab] crente na divindade, [E] morro quando Deus [Eb] quiser,
mas, amigo, se eu disser até periga a [Ab] verdade,
naquela [E] barbaridade de [Eb] chinareiro fugindo, de grito e bala,
[Abm] zunindo o gaiteiro alheio a tudo,
[Eb] _ tocava um chote exclinudo, [Ab] já quase meio dormindo.
_ _ [Eb] [Db] E a coisa ia [Ab] indo assim, _ balancei a [Db] situação,
[Ab] já quase sem [Eb] munição e todos atirando em mim.
[Ab] Qual [Bbm] ia ser o meu fim?
Eu [Ebm] me dei conta [Db] de [Eb] repente.
Eu não vou ficar pra ser mente, mas [Ab] gosto de andar no mundo.
Me esperavam na dos [Eb] fundos, eu saí na porta [Bbm] da [Ab] frente.
_ [Db] E [F] dali [Eb] eu ganhei o mato, _ abaixo [Ab] de tiroteio. _ _
Ainda [Eb] escutava o floreio da cordeira do [Bb] mulato,
[Ab] e, pra encurtar o relato, _ [Eb] eu me bandei pro outro lado.
_ [Ab] _ Cruzei o Uruguai [D] armado, que [Eb] meu zaino era um [Db] capicho,
[Ab] e a história desse mochicho faz [Db] parte do meu passado.
[Ab] _ E achando _ _ essa [Db] _ _ _
[Eb] _ _ _ [Ab] pergunta minha e feita,
_ em cada vez que eu [Eb] reclamo, é uma coisa [Ab] que eu reclamo
e acho que até uma [Db] desfeita, [Ab] acho _ que não é direita,
e até [Eb] entender nem consigo.
[Ab] Eu, no medonho perigo de uma situação brasina,
[Eb] todos [Ab] perguntam da China [Eb] e ninguém se [Ab] importa [Eb]
comigo.
[Db] _ [Eb] _ _ [Gb] _ [Ab] _
_ [Eb] [Ab] E a China eu nunca mais vi.
[Db] _ [Eb] No meu galderia-arandejo, [Ab] somente em sonhos a vejo
[Db] num bárbaro [Eb] frenesi, [F] talvez ande [Ebm] por [Abm] aí,
[Bbm] no rodeio das alçadas, ou talvez, [Gm] nas _ [Abm] madrugadas,
seja uma estrela [Ebm] chirua [Dbm] _ [B] dessas [Eb] que se [Ab] banha nua
no [Dbm]
espelho das [Eb] aguadas.
[Gb] _ [Dbm] _ _ [B] _ _ [G] _ _ [Ab] _ _
[Abm] _ _ _ _ _ _
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[Eb] _ _ _ _ [Abm] _ _
_ _ _ _ [Eb] _ _
_ [Bb] _ _ [Ebm] _ [Abm] _ _
_ [Gb] _ _ [E] _ [Eb] _ _
[E] _ [B] _ _ [Eb] _ [Abm] _ _
A um mochicho [Eb] _ certa feita, eu fui chegando de [Ab]
[E] curioso,
[Abm] que o vício é [Eb] que nem sarnoso nunca para nem se [Ab] ajeita.
_ [Abm] Baile de gente direita, [Eb] eu vi de pronto que não era.
Na [Abm] noite de primavera _ gaguejava a voz [Eb] dum tango
e eu [E] sou louco [A] por fandango [Gb] que nem [Ebm] pinto por [Db] guireira.
[B] _ Até [Abm] _
meu bairro longito [F] num galho [Bb] de [Abm] Guaririm,
[G] [B] desde guri [Eb] eu fui [Abm] assim, [B] não brinco nem [Eb]
[Dbm] facilito,
em bruxas não acredito, [Eb] pero que la sai, [Gbm] la sai,
[Ebm]
eu sou da costa do Uruguai, meu [Ab] velho [Eb] pago [Dbm] querido
[Ebm] e por andar desprevenido, [Abm] há tanto guri sem pai. _
[Eb] O rancho [Bb] de Santa Fé, de [Abm] Pauapique, barriado,
num [Eb] trancão de convidado eu me entreverei no [Abm] banzer,
o chinaredo a bola a pé, num ambiente [Dbm] [B] fumacente,
um [Eb] candeiro [Abm] bem no centro dum luzco fusco de aurora
[Ebm] pra quem chegava de [Bbm] fora, pouco [Abm] enxergava ali dentro. _
Dei de mão [Gm] numa tiangaça [Bbm] que me cruzou no costado
[B] [Abm] e já saí entreverado entre a poeira e a fumaça.
[G] _ [Bbm] [Em] Oi, [Eb]
galechina [Abm] lindaça, moren de toda clina,
[Eb] dessas [E] da venta brasina com cheiro de lixa iguana
[Bb] que quando [Eb] ergue uma pestana até [B] a noite [Bb] se [Abm] ilumina.
Visto de _ diaba e [Eb] de santa e com ares de quem é dona
[Abm] e um gosto de temporona que traz água na [Eb] garganta,
e eu me grudei na percanta [Ab] o mesmo que um [Abm] carrapato.
[E] E o [Eb] gaitero era um mulato que até [Abm] dormindo tocava
e a gaita [Eb] choramingava como namoro de gato.
_ [Ab] A gaita velha de mim [Db] às [Ab] vezes [Eb] [F] quase parava,
[Eb] de repente se [Ab] acordava e [Db] num vaneirão se perdia.
[Eb] _ E eu, contra a pele macia [Ab] daquele corpo moreno,
[Db] sentia [Eb] o mundo pequeno, bombeando, cheio de [Ab] enlevo,
dois [F] olhos flores [Eb] de trevo com respingos [Db] de [Ab] serê.
_ Mas o que é bom se [Eb] termina, cumpriu [Ab]-se um velho ditado,
eu, [Eb] que [Abm] dançava embalado nos [Gm] braços [Bbm] doces da China,
_ [Abm] escutei de [G] [Ab] relancina [B] uma [Gm] espécie de [E] relincho.
[A] Era o [Ab] dono do [Abm] buchincho, meio [E]
oitavado num [Db] canto,
[Eb] que me olhava com espanto mais sério do [Ab] que um capicho. _
_ Foi ele que se veio, [E]
pois se era dele a pinguancha, _
bufando e [Abm] abrindo cancha como o dono do rodeio,
quis me [Dbm] partir pelo meio com um talonaço de [Abm] adaga,
que se me pega me [Ab] estraga, chegou a levantar um cisco,
mas [E] não é à toa, [A] chomisco, [Ab] que eu sou de São Luís [Bb] Gonzaga.
_ Veio [Eb] na curva do braço, [Abm] eu consegui tirar o talho,
[Eb] mas quase que me atrapalho porque [E]
havia pouco espaço,
[Eb] mas senti o calor do aço, e o calor [Abm] do aço [Dbm] arde.
[Abm] Me levantei, [Eb] sem alarde, [A] [Ebm] por causa do [Abm] desaforo,
_ e [Ebm] soltei meu marcador num medonho buenas [Abm] tardes.
_ [Ebm] Eu tenho visto coisa feia, [Dbm] tenho visto _ [Bb] judiaria,
mas [Eb] hoje ainda me arrepia [Dbm] lembrando aquela peleia,
_ [B] talvez [G] quem ouça não creia, mas vi [Abm] nascer no pescoço
do índio do [Eb] berro grosso como uma cinta [Ab] vermelha,
e [Abm] desde o beiço até a [Eb] orelha, ficou _ relampeando o [Abm] osso.
_ O índio [Eb] era um índio-touro, mas até touro-se a joelha,
[Abm] _ cortado do beiço, a [Eb] orelha _ amontoou-se como um couro,
e [Ab] amigos, foi um [E] estouro daqueles [Eb] que dava [Dbm] medo,
_ [B]
[Eb] espantou-se o [Abm] chinareiro, [E] e aquilo foi uma zoada,
[Eb] parecia até um egoada [Abm] disparando num varzedo.
[E] _ _
Não há [Ebm] quem pinte o retrato de um [Eb] buchincho quando [Abm] estoura.
Tinidos de adaga, [Eb] espora [B] e [Ebm] gritos de [Abm] desacato,
berros de quarenta e quatro de cada [Eb] canto da sala,
e a velha gaita [Abm] baguala num vaneirão [A] pacholento,
[Eb] _ _ _ _
fazendo [Ab] acompanhamento do turumbamba de [Db] barro.
[Eb] É a china que se escabela, _ [Ab] redemonhando [A] na porta,
[Db] e xiru da guampa torta [Ab] que vem direito à janela,
_ [Db] num grito [Ab] de toda a [Eb] guela num berreiro [Db] alucinante.
O índio [A] que não [Db] se garante vendo o [Eb] sangue,
se apavora e se manda [Ab] campo fora, [Bb] levando tudo por diante.
[Eb] _ _ [Db] _ [Ab] _
[Bbm] Eu sou [Ab] crente na divindade, [E] morro quando Deus [Eb] quiser,
mas, amigo, se eu disser até periga a [Ab] verdade,
naquela [E] barbaridade de [Eb] chinareiro fugindo, de grito e bala,
[Abm] zunindo o gaiteiro alheio a tudo,
[Eb] _ tocava um chote exclinudo, [Ab] já quase meio dormindo.
_ _ [Eb] [Db] E a coisa ia [Ab] indo assim, _ balancei a [Db] situação,
[Ab] já quase sem [Eb] munição e todos atirando em mim.
[Ab] Qual [Bbm] ia ser o meu fim?
Eu [Ebm] me dei conta [Db] de [Eb] repente.
Eu não vou ficar pra ser mente, mas [Ab] gosto de andar no mundo.
Me esperavam na dos [Eb] fundos, eu saí na porta [Bbm] da [Ab] frente.
_ [Db] E [F] dali [Eb] eu ganhei o mato, _ abaixo [Ab] de tiroteio. _ _
Ainda [Eb] escutava o floreio da cordeira do [Bb] mulato,
[Ab] e, pra encurtar o relato, _ [Eb] eu me bandei pro outro lado.
_ [Ab] _ Cruzei o Uruguai [D] armado, que [Eb] meu zaino era um [Db] capicho,
[Ab] e a história desse mochicho faz [Db] parte do meu passado.
[Ab] _ E achando _ _ essa [Db] _ _ _
[Eb] _ _ _ [Ab] pergunta minha e feita,
_ em cada vez que eu [Eb] reclamo, é uma coisa [Ab] que eu reclamo
e acho que até uma [Db] desfeita, [Ab] acho _ que não é direita,
e até [Eb] entender nem consigo.
[Ab] Eu, no medonho perigo de uma situação brasina,
[Eb] todos [Ab] perguntam da China [Eb] e ninguém se [Ab] importa [Eb]
comigo.
[Db] _ [Eb] _ _ [Gb] _ [Ab] _
_ [Eb] [Ab] E a China eu nunca mais vi.
[Db] _ [Eb] No meu galderia-arandejo, [Ab] somente em sonhos a vejo
[Db] num bárbaro [Eb] frenesi, [F] talvez ande [Ebm] por [Abm] aí,
[Bbm] no rodeio das alçadas, ou talvez, [Gm] nas _ [Abm] madrugadas,
seja uma estrela [Ebm] chirua [Dbm] _ [B] dessas [Eb] que se [Ab] banha nua
no [Dbm]
espelho das [Eb] aguadas.
[Gb] _ [Dbm] _ _ [B] _ _ [G] _ _ [Ab] _ _
[Abm] _ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _